sábado, 12 de março de 2011

Nenhum outro lugar.

As janelas passavam por todas as arvores prostadas ao longe na avenida quase deserta, apenas ele vivia a imaginar que elas não estavam. Os trilhos corriam nas rodas do grande carro a 100 km/h, enquanto o mundo girava no encalço do sol escaldante. 30 graus no asfalto quente da estrada e apenas 20 e tantos no frio ar condicionado do motor. Enquanto a estrada cruzava cidades, seu cerebro cruzava as avenidas da própria verdade, alucinando detalhes absurdos de um enredo que ele sabia de cor.

Seu sonho não era extamente ser uma celebridade, um pop star, um cantor famoso, um galã de novela das oito ou muito menos um sexy simbol. Em seus pensamentos, versavam apenas as condições óbvias de sobrevivência: casa, comida e roupa lavada. E lá no céu, a esperar, o sol escaldava a vida enquanto o ventro frio arrepiava seus cabelos.

Ele não queria estar em nenhum outro lugar que não aquele, na estrada, rumando, traçando rotas e cruzando quilômetros sem fim. Ele não queria estar em mais nenhum lugar que não na poltrona confortável e fresca de um ônibus interestadual que o levaria a apenas um lugar: olhos azuis piscina e boca sabor cereja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário