quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

sobre um dia: vinte seis de janeiro



então foi assim, como que manso, como que improvavel. em março daquele sofrido ano, chegou, com um sorriso discreto e aquela tranquilidade estranha à dona de olhos verdes tomados de sustos. chegou por acaso, apresentado por um cruzamento de vida, cheio de conversas nos caminhos para obrigações adolescentes. chegou assim, discreto, meio timido, tão calado, mas de alma bonita e palavras sinceras. tomou assim, de março, chegou abril e entre tantas frases escritas, telefonemas amigos e tardes de domingo, ficou assim. então, como que ainda mais inesperado, veio maio com seu ar de mudança, com seu jeitão "meio de ano", com sua importância ainda indefinida. chegou assim, tomou assim, ficou assim, amor? sim.
um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito... agora de um quase nove. ficou assim. ficou bonito, gostoso, calmo, tropego, tempestivo, alegre, briguento, tacanho, teimoso, vivo, sedutor, amor... chegou aos poucos, ficou de vez, tomou assento, firmou presença. eis um grande sorriso e uma alma leve, de cheiro gostoso e sorissos bobos.
e então, assim, despretensioso, se apoderou do reino, vestiu a capa, recebeu coroa, um rei vitorioso. enfim, sossegou, brando e carinhoso.
amor tem desses tipos inexplicaveis. chega assim, fica, ficando, amando, tomando, vivendo, chorando, refazendo. amor tem dessas coisas de sentir tudo e mais um pouco, de amar amando mil vezes e amar mais um punhado. amor tem dessas de reconhecer e desconhecer. tem um bocado de muito, um pouco de nada, uma soma de vida e um tanto de sorte.
amor vem assim, fica, ama, nutre, ensina, constroi, suporta, sorri e vive. vive intensamente em mim nesses quase nove, hoje também vinte e cinco. amor tem dessa coisa, um dia um bebê amado pela mãe, hoje homem amado por mulher. amor é isso e mais um tanto sem fim.

feliz aniversário.

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