quinta-feira, 28 de abril de 2011

estações

 
pois é, faz tempo. curioso não lembrar de contar as primaveras. pois é, fazia sol e era dia. ainda era uma criança feliz e um sentimento de grande cobiça. como um algodão doce dissolvendo bem lentamente na boca. como a açucar se transformando de saliva em saliva.
faz tempo, hoje o sol sorriu timidamente e quase não deu as caras por aqui, mas ainda sim fez-se o dia. não, não é um consolo triste viver com a chuva do tempo, mas sim um descanso para a pele.
pois é, faz um grande tempo e de tempos em tempos me lembro de contar os outonos e brindar os verões. é, eu sei, nem comento, as primaveras deram flores e o outono, seus frutos, mas você não percebeu ou fingiu que não acreditou no sabor adocicado daqueles vivos morangos? pois bem, o sol raiou e se foi, a chuva tomou a cidade e lavou os calçadões e você, distraído, fingiu que vivia a viver a vida.
pois é, faz um tempo e as estações se renovam outra vez. após a chuva, o que vem? faz tempo, mas ainda há. procure o senhor do tempo, ele certamente responderia. 

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