para que meus olhos a ouçam mais.
para que ela desapareça menos.
para que ela, escrevedora que é, acalente a saudade dos meus olhos que ouvidos, nos seus escritos, são.
foto: sabino
"Eu queria ser um dia inteiro, com suas vinte e quatro horas vivendo cada segundo por vez, sem querer saber do segundo seguinte. Eu queria descontrolar meu controle e bagunçar meu futuro. Eu queria as coisas novas e as velhas com a simplicidade de quem nada teme e tudo quer conhecer".
Falando menos.
Vivendo mais.
E assim como ninguém nunca me explicou as coisas com tal facilidade, esses mesmos seres não buscaram me tapear com a profundidade das coisas. Viver a vida com o peito aberto é glória para poucos. Se deixar levar pelos sentidos, organizando a calma, é façanha desconhecida para uma boa parte dos seus conhecidos.
E você?
A dor não era a única forma de ver, a verdade não era taxativa como ela pensava e o fim não era continuar. Era refazer. Todos os dias.
Como a primeira vez em que se olha algo que ainda duvidamos gostar ou não. Assim é a primeira. Água com açúcar? Melodramático? Comédia ridícula? Enredo surpreendente? Na fórmula perfeita, ela está. Como algo que não conhecemos o gosto. A primeira mordida de sabor exótico ou o primeiro beijo roubado no escuro de um cinema. Particularmente, adoro as primeiras. O frio na barriga, o fim dos trailers, o inicio da trilha a invadir os ouvidos. Como aquele dia bonito que mal acabou de acordar.
Particularmente, na verdade, adoro tudo e seus enredos. Desde os brilhantes até os manjados.
De tentar desvendá-lo ainda no inicio. Simplesmente adoro.
Sem meias palavras.
E gosto talvez não pelo início
Alguém disposto a dizer qualquer coisa. Sobre qualquer coisa. Não importa. Apenas está ali. E para tanto, é necessário alguém para escutar.
Essa sou eu.
Sem mais palavras.
Fim.