sábado, 18 de dezembro de 2010

Elza.

Quinta-feira, 16 de dezembro de 2010, eis que aconteceu algo inesperado. Estava eu no meu período de férias (que por excesso de compromissos não posso chamar de periodo tedioso), fui almoçar com meu tio querido e o noivo-rido, então surgiu o convite (que vindo do tio mais parece intimação). Assim, fui para o cinema da UFBA (que adoro por ser pequeno, vazio e apesar de mal cuidado, transpira coisas muito diferentes que o cinemark e o multipex não compreendem).
Assisti o documentário de Elza Soares. Já fui a um show dela no TCA anos atrás com o mesmo tio e o noivo-rido. Nunca fui fã da mulher em questão, mas achava incrivel a voz dela. Após o documentário, fiquei mais encantada e me chamou a atenção coisas que todos diziam: "Elza não se explica".
Durante o filme, me peguei imaginando em quantos números de CID colocariam essa mulher, mas então suspiro de alívio ao perceber que as coisas mudaram um pouco na classificação.
Ela é e ponto, sem definições ou diagnósticos.
O ponto alto do pequeno documentário (além da fotografia belissima), foi Caetanto e ela cantando "Dor de cotovelo". Não conhecia a música, mas adorei. Principalmente porque pelo que meu tio contou, Caetano escreveu essa música para ela. E enquanto cantava, ela chorou mais do que cantou.

Achei bonito.
E ultimamente, com o clima "fim de ano", venho buscando coisas bonitas para me lembrar.


Dor de Cotovelo

Elza Soares
Composição: Caetano Veloso

O ciúme dói nos cotovelos,
na raiz dos cabelos,
gela a sola dos pés.

Faz os músculos ficarem moles,
e o estômago vão e sem fome.
Dói da flor da pele ao pó do osso.
Rói do cóccix até o pescoço
Acende uma luz branca em seu umbigo,
Você ama o inimigo e se torna inimigo do amor.
O ciúme dói do leito à margem,
dói pra fora na paisagem,
arde ao sol do fim do dia.

Corre pelas veias na ramagem,
atravessa a voz e a melodia.

Vídeo

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